O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) criou um grupo de trabalho para investigar os envolvidos nos atos terroristas realizados em Brasília no dia oito de janeiro de 2023. O órgão vai apuara a participação de pessoas residentes no estado que participaram da invasão e depredação de prédios públicos na capital do país.
A ação atende ao um pedido do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais (PT-MG). No dia 09 de janeiro, o diretório estadual fez uma representação junto ao MPMG, cobrando investigação sobre a participação de moradores do estado nos atos terroristas, inclusive de servidores públicos. Serão investigadas também pessoas e empresas que tenham financiado as manifestações antidemocráticas.
“É preciso uma investigação rigorosa para apurar a participação de pessoas que saíram de Minas para participar dos atos terroristas em Brasília. Foram crimes gravíssimos contra a ordem pública e contra a democracia. Algo inaceitável que não pode ficar impune. Tenho certeza de que as autoridades farão com que esses criminosos respondam perante a lei”, destaca o presidente do PT-MG, deputado estadual Cristiano Silveira.
O parlamentar também chama a atenção para o que ele chama de “autoria intelectual” dos ataques. “Aquelas pessoas que ficam fomentando o crime nas redes sociais e em grupos de mensagens, com notícias falsas e desinformação, também precisam ser responsabilizadas. São pessoas que incitam ódio, clamam por intervenção militar e chegam a pedir a morte de autoridades, como o presidente Lula e os ministros do Supremo. Que todas elas sejam identificadas e responsabilizadas”
Repercussão
O grupo de trabalho foi criado pelo procurador-geral de Justiça do de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, para acompanhar a repercussão do caso no estado. A partir disso, o MPMG tomará as devidas providências para responsabilizar as pessoas e empresas que participaram dos atos terroristas.
Operação Lesa Pátria
Nesta sexta-feira (20/01/2023), a Polícia Federal (PF) realizou a primeira fase da Operação Lesa Pátria. A ação busca identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos terroristas criminosos contra os três poderes, no dia oito de janeiro, em Brasília.
Os agentes cumpriram mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul. Os suspeitos vão responder pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Terrorismo
No dia oito de janeiro, centenas de terroristas bolsonaristas invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). A ação criminosa foi uma tentativa de destituir os três poderes e instalar uma ditadura militar no país, por não aceitarem o resultado das eleições de 2022. Eles quebraram móveis, janelas, portas, computadores e outros itens, provocando dano generalizado ao patrimônio público. Na ocasião, várias pessoas foram presas em flagrante, outras foram identificadas posteriormente e detidas.