Com voto NÃO do PT, ALMG aprova reforma administrativa

Parlamentares de oposição ao governo Zema votaram contra e conseguiram reduzir danos na aprovação da reforma administrativa do Estado.
2023-04-20 09:38:01
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A Assembleia Legislativa de Minas Geras (ALMG) aprovou, nessa quarta-feira (19/04/2023), a reforma administrativa do Estado. A proposta de autoria do governador Romeu Zema recebeu voto favorável da maioria dos parlamentares. A bancada do PT-MG votou contra.

O texto foi votado em segundo turno e agora vai para sanção do governador. Os parlamentares do Bloco Democracia e Luta, de oposição a Zema, criticaram a aprovação. Eles consideram que as mudanças são prejudiciais para os servidores públicos e para toda a população, de forma geral.

“Essa reforma é ruim para o funcionalismo público e para todo cidadão mineiro. Uma reforma feita às pressas e sem diálogo. Nós, da oposição, somos minoria na Assembleia, por isso tivemos que lutar muito para reduzir danos e para conseguir alguns avanços. Vamos continuar firmes em defesa dos servidores e de todo o nosso povo mineiro”, destacou o presidente do PT-MG, deputado estadual Cristiano Silveira.

Principais mudanças

Com a reforma, o governo vai criar duas novas secretarias: Casa Civil e Comunicação Social. Dessa forma, o Estado terá 14 secretarias, contrariando o discurso de Zema de “enxugar a máquina”, de ter uma estrutura reduzida para governar.

A Empresa Mineira de Comunicação (EMC), responsável pela gestão da TV Minas e da Rádio Inconfidência, deixará de integrar a Secretaria de Cultura e passará para a pasta da Comunicação. A medida desagrada os servidores.

Assessorias

A Secretaria de Agricultura passará a contar com a Assessoria de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais. Na pasta da Cultura, será criada a Assessoria do Audiovisual. E na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese) serão incluídas a Assessoria de Segurança Alimentar e a Subsecretaria de Política dos Direitos das Mulheres.

Na Secretaria de Justiça, ficarão as atribuições relativas à política sobre drogas. Para isso, a pasta passará a contar com as subsecretarias de Prevenção Social à Criminalidade e de Políticas sobre Drogas.

Essas medidas foram consideradas positivas pelos parlamentares de oposição. Para eles, essas medidas são formas de reduzir os danos da reforma administrativa de Zema.

Meio Ambiente

Os processos de regularização ambiental serão de responsabilidade da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam). A medida foi muito criticada por parlamentares e ambientalistas. Eles temem que a fiscalização fique fragilizada com essa mudança.

Redução de danos

As deputadas e os deputados de oposição lutaram para evitar danos maiores por meio da reforma de Zema. Com isso, eles conseguiram garantir aos servidores públicos a concessão de anuênios, triênio, quinquênios e outros benefícios que foram perdidos durante a pandemia.

Além disso, a Mesa de Diálogo para conciliação de conflitos foi mantida, assim como a autonomia das universidades. O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional de Minas (Consea-MG) continua na Sedese. E os pontos que facilitariam a terceirização da saúde e educação, por meio organizações sociais, foram retirados do projeto.

Também ficou garantida na legislação a proteção, a defesa e a reparação dos direitos humanos de públicos específicos. Entre os quais estão crianças e adolescentes, população LGBTQIA+, pessoas com deficiência, mulheres, migrantes, idosos, pessoas ameaçadas de morte, população em situação de rua e outros grupos historicamente discriminados.

Reajustes

Um dos artigos da reforma autorizaria o Estado a conceder reajuste de 35,44% para os servidores da segurança pública. Os parlamentares do Bloco Democracia e Lula foram favoráveis à proposta. Entretanto, o item foi rejeitado pelos deputados governistas.

Com informações da ALMG