*Por Bruna Camilo
O ano de 2022 é palco do mais importante processo eleitoral da Nova República. Derrotar os governos Bolsonaro e Zema exigirá de nós projeto, organização e conversa diária com as pessoas. 2022 é igualmente relevante para as mulheres e os movimentos populares em geral no Brasil, alvos cotidianamente da extrema direita que assola nosso país. Um ano de lutas cruciais para dizermos não ao neoliberalismo, ao autoritarismo, ao negacionismo. Um ano para elaborar e afirmar como é o Brasil que queremos viver.
Vencer a disputa posta neste momento no Brasil entre a civilização e a barbárie será fundamental para a construção de um outro projeto político ligado à vida, saúde, educação e dignidade. O que está em pauta é um projeto popular, feminista e antirracista, contra a lgbtfobia e o capacitismo que estão enraizados em nossa sociedade.
Na construção desse projeto político, nós mulheres estaremos na linha de frente para derrotar o fascismo em Minas e no Brasil. As manifestações por #EleNão durante a campanha eleitoral de 2018 mostraram a força que nós mulheres temos. Nos colocamos firmemente contra a candidatura de Bolsonaro por compreender seu caráter retrógrado, conservador e inimigo da classe trabalhadora, das mulheres e das pessoas negras, indígenas e LGBTQIA+. Esse posicionamento se expressou na votação das mulheres para as eleições, ida de Haddad para o segundo turno, bem como em sua avaliação durante o governo Bolsonaro, onde a posição de rejeição tem sido maioria.
Nossa importância também precisa se refletir na luta institucional, espaço em que somos sub-representadas. Por isso, os movimentos sociais, as mulheres e a própria política reivindicam o aumento dessa estatística. Mais mulheres feministas na política é mais feminismo no Estado, mais políticas públicas que nos atravessam, mais democracia. Votar em mulheres trabalhadoras, feministas e que nos representam é enfrentar as estruturas violentas que sujeitam nossos corpos à invisibilidade.
As mulheres estão à frente da luta pelo SUS, educação pública e de qualidade, além da luta pela economia solidária, por comida de qualidade e sem veneno em nossa mesa. As mulheres lutam pelas nossas riquezas naturais e contra a ação predatória e indiscriminada das mineradoras que poluem nossos rios e destroem a natureza em troca de lucro. O lucro não vale a vida! As mulheres na pandemia, mais uma vez, colocam seus corpos na luta, sofrendo sobrecarga laboral, o aumento das atividades não remuneradas e assumindo mais tarefas do cuidado. As mulheres estão à frente das lutas contra políticas neoliberais, violência de gênero, a violência policial que mata seus filhos, o racismo e o genocídio dos povos negros e indígenas. Lutam pela autonomia dos seus corpos, estão na linha de frente das lutas nas comunidades defendendo seus territórios, sua cultura, seus modos de vida.
Diante disso, não há como negar, as mulheres são as protagonistas das lutas de resistência e de construção de respostas ao atual modelo predatório e da morte. Temos grandes desafios neste ano, os atos do 8 de março abrem uma série de agendas de luta contra a extrema direita, contra o bolsonarismo e seus discursos ecoados através do governo Zema. Precisamos radicalizar os processos de lutas, buscar na pluralidade de sujeitos nossa força de organização e de resistência ao atual modelo.
Os comitês de luta devem ser construídos e fortalecidos pelas comunidades locais, para que sejam pontos de apoio e uma ponte de diálogo entre todas as pessoas que querem uma profunda transformação em nossa sociedade. Queremos avançar para desmantelar esse modelo neoliberal, queremos nossas vidas ao centro. Vivas nos queremos!
Nos ancoramos nos acúmulos construídos pelos povos que resistem e constroem força política coletiva, nas políticas públicas criadas nos governos do PT que resistem mesmo com as ações de sucateamento.
Por todas as mulheres: BOLSONARO NUNCA MAIS! FORA ZEMA!
Bruna Camilo é cientista política, petista e militante da Marcha Mundial das Mulheres
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Este é um artigo de opinião. O posicionamento do autor não representa necessariamente as ideias do PT-MG