Servidores recusam proposta de Zema e entram em greve

Várias categorias realizam protestos contra o governo do Estado em busca de reajuste salarial e de melhoria das condições de trabalho.
2022-03-10 09:32:06
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Os servidores estaduais da educação de Minas Gerais estão em greve por tempo indeterminado. Na terça-feira (08/03/2022), cerca de 15 trabalhadores da categoria participaram de um encontro na Praça da Assembleia, em Belo Horizonte, convocada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (SindUTE-MG). Na ocasião, eles decidiram paralisar as atividades por não receberem o reajuste estabelecido por lei do piso salarial.

Para 2022, está previsto um reajuste de 33,24% no piso nacional da educação, o que eleva esse valor a R$ 3.845,63. Entretanto, em Minas, o vencimento básico de um professor é de R$ 1.982,54.

A insatisfação com o governo Zema é generalizada entre o funcionalismo público. Docentes da Universidade do Estado Minas Gerais (UEMG) paralisam suas atividades nesta terça-feira (08/03/2022). Eles denunciam o que o Estado não cumpriu o acordo firmado em 2016 de recomposição de perdas inflacionárias acumuladas, criação de um novo plano de carreira, incorporação de gratificações, entre outros pontos.

“Os servidores têm todo o meu apoio na luta pelos seus direitos e contra o desgoverno Zema. O estado tem dinheiro, mas Zema escolhe não valorizar o funcionalismo, não fazer a manutenção das estradas, não garantir o essencial para um serviço público de qualidade. Os servidores e o povo mineiro merecem respeito!”

Deputado estadual Cristiano Silveira, presidente do PT-MG

Também na terça-feira, os funcionários do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) realizaram um protesto em Belo Horizonte. Eles reivindicam um reajuste salarial e aprovação de um plano de carreira para a categoria, incluindo para os trabalhadores do Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de Minas Gerais (IPSM).

Na quarta-feira (09/03/202), os servidores da segurança fizeram mais um protesto na capital. Os trabalhadores, que recentemente fizeram manifestações na cidade, cobram um reajuste de 41%, aprovado em 2020 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Entretanto, o Estado adotou o aumento de 13%, o que casou indignação da categoria.

Recuperação fiscal

Os servidores também vêm se manifestando contra o projeto do Regime de Recuperação Fiscal. O governo Zema quer aprovar com urgência essa proposta. Na prática, ela suspende o pagamento das parcelas da dívida de Minas Gerais com a União (acumulada em R$ 140 bilhões) por nove anos. Em contrapartida, o Estado tem que privatizar empresas como Copasa e Cemig, além de congelar salários, promoções e progressões de carreira por seis anos, e não realizar concursos nem convocações nesse período.

Proposta do Estado

O governador Romeu Zema apresentou uma proposta de reajusta de 10,06% para todos os funcionários públicos de Minas, incluindo os inativos e pensionistas. Ele também propõe aumento no vale alimentação de R$ 47 para R$ 75 por dia. Para os servidores da educação, o pagamento seria retroativo a janeiro de 22. E aos trabalhadores da segurança, é oferecido um abono fardamento de três parcelas de cerca de R$ 2 mil.

“Oferecer 10% de reajuste salarial é inadmissível. No momento inclusive em que a inflação sinaliza mais de 30%. Então, para nós, é importante essa organização dos servidores públicos. E que a população mineira saiba que esse governador despreza principalmente esses servidores que, de fato, foram essenciais, durante a pandemia. Então, quando o governo se nega a dar um reajuste correto, ele demonstra que não se importa com os servidores públicos, que não se importa com os mineiros e as mineiras”.

Robson Machado, secretário Sindical do PT-MG e sindicalista do Sintraf-JF

Deputado do PT

Os deputados estaduais do PT manifestaram solidariedade aos servidores. Eles avaliam que o movimento de greve é justo e criticam a proposta de Recuperação Fiscal de Zema.