Rogério Correia quer CPI do MEC mesmo após saída de ministro

Vice-líder do PT na Câmara dos Deputados está colhendo assinaturas para abrir investigação sobre as denúncias de corrupção no Ministério da Educação.
2022-03-29 16:51:30
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O vice-líder do PT na Câmara, deputado federal Rogério Correia, anunciou nesta segunda-feira (28/03/2022) que vai continuar trabalhando pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar um suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação (MEC). Segundo ele, mesmo com a saída do ministro Milton Ribeiro, as denúncias precisam ser investigadas com rigor e urgência.

Denúncias divulgadas na imprensa apontam que os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura interferiam na liberação e verbas da pasta para prefeituras. Em troca desse favorecimento, eles pediam vantagens para eles e para igrejas. De acordo com os áudios publicados, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que as intermediações eram feitas a pedido direto do presidente Jair Bolsonaro.

Após a repercussão negativa, o ministro Milton Ribeiro, que é pastor presbiteriano, pediu para deixar o cargo nessa segunda-feira (28/03/2022). Mesmo com a divulgação dos áudios, ele negou que exista um esquema de corrupção entre o governo e pastores. O atual secretário-executivo Victor Godoy Veiga fica como ministro interino. Essa é a quarta troca de ministro só no Ministério da Educação.  

Assinaturas para CPI

Rogério Correia iniciou a coleta de assinaturas para abertura de uma CPI. Até o momento, 73 parlamentares já assinaram o pedido. O número mínimo necessário é de 171 dos 513 deputados. “Solicitarei a todos os parlamentares que assinem o pedido de CPI, incluindo os integrantes da Bancada da Bíblia, para que possamos apurar as irregularidades”, afirma o parlamentar.

Ilegalidades

Para Rogério Correia, a liberação de verbas no MEC não estava seguindo os critérios técnicos, como manda a Constituição. E que o esquema tinha objetivo claro de beneficiar financeiramente e politicamente os envolvidos, incluindo o presidente Jari Bolsonaro. Dessa forma o grupo teria comedido diversos crimes que precisam ser investigados com urgência e rigor.

Esquema

Gilmar Silva é presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil. Arilton Morua é o assessor de Assuntos Políticos da entidade. Segundo reportagens, os dois tinham livre acesso ao Ministério da Educação. Em negociações com prefeitos, eles pediam dinheiro e até mesmo barras de ouro.