O Partido dos Trabalhadores enfrentou, com a garra e coragem de sua militância e com a força e altivez de seus quadros, mais uma eleição em que seus oponentes fizeram uso descarado da máquina pública e compra de votos. Desse cenário adverso, sai do pleito de 2024 um partido que consolidou o campo democrático e progressista e contabilizou vitórias expressivas, que resultaram no aumento de 38% no número de prefeituras.
Quatro anos depois de conquistar 183 prefeituras, o PT administrará 252 cidades a partir de 2025. Nas câmaras municipais, o partido elegeu 550 representantes a mais que 2020, com total de 3.118 vereadores vitoriosos em todo o país. Um crescimento significativo num contexto de intensos ataques com mentiras e violência por parte da extrema direita.
Em balanço sobre o resultado das eleições, a presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) ressaltou a força do partido com sua militância aguerrida e resiliente e candidaturas comprometidas que levaram à vitória o candidato Evandro Leitão em Fortaleza (CE), maior capital do Nordeste e a quarta maior capital brasileira.
Na rede social X, Gleisi celebrou a eleição do petista: “Parabéns Evandro Leitão, prefeito eleito de Fortaleza, parabéns ministro Camilo Santana, parabéns governador Elmano Freitas, parabéns Zé Guimarães e toda nossa militância do PT do Ceará. Linda vitória na maior capital do Nordeste”.
A parlamentar também comemorou o êxito do PT em outras três importantes cidades – Camaçari (BA), com Luiz Caetano de volta para seu quarto mandato; Mauá (SP) com Marcelo Oliveira e Pelotas (RS) com Fernando Marroni.
“Parabéns, companheiros Marcelo Oliveira, prefeito reeleito de Mauá, Caetano e Marroni, companheiros eleitos em Camaçari e Pelotas neste domingo. Vitórias expressivas do PT, com a garra da nossa militância neste segundo turno, enfrentando a mentira e a violência da extrema direita em campanhas que contaram, mais uma vez, com a garra da nossa militância”, postou Gleisi, na mesma rede social.
Gleisi destacou ainda a importante ampliação da base para a disputa em 2026. “Cada um e cada uma de nós sai dessa campanha com o compromisso de seguir lutando por nosso objetivo maior, que a construir um Brasil melhor e mais justo, reelegendo o presidente Lula em 2026”, destacou a presidenta em vídeo postado em seu perfil na rede Instagram.
Ao agradecer e parabenizar a militância, ela destacou que ela “mais uma vez foi a luta com uma garra extraordinária”, e cumprimentou os candidatos e candidatas que “levantaram essa bandeira e fizeram o justo combate nas eleições”.
“Máquinas poderosas e mentiras deslavadas”
O PT foi fiel às suas ideias, seu campo político e ao governo do presidente Lula, avaliou Gleisi. Com a ampliação de alianças, o partido cresceu no segundo turno, conquistou novos eleitores e saiu vitorioso em quatro importantes cidades no segundo turno. Ainda na mensagem publicada em sua rede após os resultados do segundo turno, Gleisi analisou as conquistas do partido num contexto bastante adverso, como em São Paulo.
“Enfrentamos mais uma vez máquinas poderosas do poder político e mentiras deslavadas, especialmente em São Paulo, onde o governador do estado, em desespero com o crescimento de Boulos e Marta nas pesquisas, fez uma armação criminosa no dia da eleição. Boulos foi corajoso em não arrefeceu em nenhum momento nessa campanha”, reconheceu.
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A compra de votos voltou a acontecer impunemente no Brasil, segundo Gleisi, e foi encarada pela militância “com coragem e energia”, como ocorreu no primeiro turno, no enfrentamento do projeto autoritário da extrema direita.
Vereadores por todo o Brasil
Os 3.118 vereadores eleitos em 6 de outubro confirmam a força do PT e seu processo de recuperação e expansão que teve início em 2022 com a eleição do presidente Lula. Os resultados demonstram a capacidade de resiliência do partido diante de inúmeras tentativas de aniquilamento.
Em votos totais, o PT atingiu 7.365.428 de votos em 2024, 1.716.794 votos a mais que em 2020, quando registrou 5.648.634 votos.
O partido terá representantes nas câmaras municipais em todos os 26 estados e ampliou de 49 para 61 o número de vereadores e vereadoras nas capitais.
Os estados que mais elegeram vereadores petistas foram o Piauí, com 522 candidaturas vitoriosas, Bahia com 422; Ceará, 384; Minas Gerais, 362; Rio Grande do Sul, 361; São Paulo, 165; Santa Catarina, 142; Pernambuco, 125, e o Paraná com 121 eleitos/as. O PT terá representantes nas câmaras municipais em todos os 26 estados da federação.
“O PT está vivo e se renova, afirmou Camila Moreno, da Direção Executiva Nacional, em artigo em que rebateu questionamentos sobre novas lideranças do partido, e listou nomes de vários petistas jovens eleitos em 2024, “sem a máquina de recursos e fakenews da ultra direita”.
Recuperação após golpe e Lava Jato
“O PT mostrou o seu vigor, a sua vitalidade, a vontade de participar do processo democrático”, afirmou a presidenta Gleisi em avaliação após o primeiro turno, quando o partido deu um claro sinal de recuperação em relação a eventos trágicos também para a própria democracia brasileira, como o golpe de 2016 e a Operação Lava Jato.
O desempenho do PT se manteve dentro das expectativas, afirmou Gleisi, com a legenda recuperando terreno em 2024. As eleições de 2016 e de 2020 foram difíceis e havia uma expectativa, que se confirmou, de que 2024 mostraria um processo de reconstrução partido. Dentro do arco de alianças do campo progressista, Gleisi destacou a vitória ao candidato Eduardo Paes (PSD) ainda no primeiro turno no Rio, berço político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sem dúvida o maior derrotado dessas eleições.
O PT se aliou também a João Campos (PSB), que foi reeleito prefeito do Recife no primeiro turno. “Essa foi uma das eleições municipais que nós mais fizemos composições”, sublinhou Gleisi. Entre as cidades com mais de 200 mil eleitores, as prefeitas de Contagem, Marília Campos (PT), e de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT), foram reeleitas para mais um mandato.
“Vamos lembrar aqui que o ápice do nosso número de prefeituras foi em 2012, que nós elegemos 630 prefeitos. Depois, em 2016, caímos para 252, quando começou o nosso calvário, com o impeachment da Dilma, Lava Jato, a desconstrução do PT, que foi muito difícil”, lembrou Gleisi.
Da Redação