O ciclo produtivo agropecuário brasileiro de 2024/2025 terá o maior financiamento da história por parte do governo federal. Lançado nesta quarta-feira (3), na presença do presidente Lula, o novo Plano Safra ultrapassa R$ 400 bilhões, um crescimento de 10% em relação ao anterior. Aos médios e grandes produtores rurais, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) viabilizou ainda outros R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) para emissões de Cédulas de Produto Rural (CPR).
“Você não governa um país ideologicamente, você não governa um país com mágoa, você não governa um país com ressentimento. Você governa um país em função da qualidade do país que você sonha em criar. E eu não tenho nenhuma preocupação de dizer para qualquer empresário da agricultura aqui: foram nos meus governos, e no governo da Dilma, que a gente teve os maiores Planos Safra da história desse país”, defendeu Lula, durante discurso no Palácio do Planalto.
Presidente Lula participa da cerimônia de lançamento do Plano Safra 2024/2025 https://t.co/IPXxHCUzAc
— Lula (@LulaOficial) July 3, 2024
“Pode pegar Marechal Deodoro da Fonseca, pode pegar Café Filho, pode pegar Getúlio Vargas, pode pegar Juscelino, pode pegar Fernando Henrique Cardoso, pode pegar Collor, pode pegar Bolsonaro: nós fizemos sempre os melhores Planos Safra desse país. E nunca pedi, para nenhum empresário, agradecimento”, complementou.
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Dos R$ 400,59 bilhões em crédito destinados à agricultura empresarial, R$ 293,29 bilhões estão reservados para custeio e comercialização e, R$ 107,3 bilhões, para investimentos. Em relação aos recursos por beneficiário, o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) pode financiar, com taxas controladas, até R$ 189,09 bilhões, e os outros R$ 211,5 bilhões, com taxas livres.
Transição ecológica
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), fez questão de ressaltar o valor recorde do Plano Safra 2024/2025. Até então, o maior montante da história já investido na agropecuária brasileira havia sido no ciclo 2023/2024, mais de R$ 364 bilhões. “Presidente, esse é o maior Plano Safra da história, mas o segundo maior é seu também, que foi o do ano passado”, elogiou o ministro.
“Esse Plano Safra (…) é completamente aderente ao plano de transformação ecológica do Brasil. Essa ideia de financiar, a juros baixos, a recuperação de terra degradada e recolocar essa terra a serviço da produção, tanto de alimentos quanto de grãos exportáveis, ou mesmo de pasto (…), essa é uma das principais demandas do mundo em relação ao Brasil no que diz respeito à agropecuária”, lembrou Haddad, referindo-se ao Programa para Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro).
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Assim como o anterior, o atual Plano Safra permanecerá incentivando sistemas de produção ambientalmente responsáveis. Além da recuperação de pastagens degradadas mencionada por Haddad em discurso, o RenovAgro pretende auxiliar os agricultores também na adoção de práticas de conservação e de proteção dos recursos naturais e na implantação e ampliação de sistemas de integração entre lavoura, pecuária e florestas. Serão premiados os produtores rurais que se comprometerem com práticas agropecuárias sustentáveis. Eles poderão ter até 1% de abatimento nas taxas de custeio.
Rio Grande do Sul
Em processo de reconstrução, o Rio Grande do Sul recebeu atenção especial do Mapa no novo ciclo produtivo. Antes da tragédia climática e humanitária, o estado era o maior produtor de arroz do Brasil. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro (MDB-MT), explicou como o Plano Safra 2024/2025 vai ajudar a recuperar a economia gaúcha, ampliando de 12 mil para 16 mil o número de agricultores gaúchos a receberem financiamento do governo, entre outras medidas.
“Era o estado que mais demandava já recursos para o seguro rural, e ainda mais, a partir de agora. Os recursos ordinários para o seguro rural do Rio Grande do Sul eram da ordem de R$ 134,4 milhões. Cresceram 17% e foram para R$ 154,4 milhões. E recursos extraordinários: mais R$ 210 milhões, perfazendo R$ 368,3 milhões”, detalhou Fávaro.
Da Redação, com Ministério da Agricultura e Pecuária