Greve: Movimentos sociais e Sindieletro-MG ocupam Cemig

Iniciado na segunda-feira (29/12), movimento grevista de ocupação da recepção do prédio da estatal mineira, liderado pelo Sindieletro/MG, cresce e ganha apoio de parlamentares e outros sindicatos
2021-11-30 15:12:18
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A greve foi iniciada na segunda-feira (29/11) e, para se somar à luta aos trabalhadores da Cemig, além do SindieletroMG, vários movimentos sociais e outros sindicatos ocuparam a sede da empresa. MST, MTST e Movimento dos Atingidos por Barragens estão na recepção do prédio.

A ação tem por objetivo denunciar os ataques do governo Zema aos direitos dos trabalhadores, bem como a tentativa de privatização da estatal. Os manifestantes pedem a redução da tarifa de energia e defendem a greve dos trabalhadores da empresa, iniciada também hoje. 

Os deputados estaduais Betão (PT-MG) e Beatriz Cerqueira (PT-MG) participaram do ato na realizado na manhã dessa terça-feira (30/11) e saíram em passeata junto aos eletricitários, no trecho da avenida Barbacena, no bairro Santo Agostinho, até a Praça Sete. Outras mobilizações estão sendo organizadas para esta quarta-feria em todo o Estado.

“Em greve, os servidores da Cemig ocupam a sede da empresa e denunciam a precarização das condições de trabalho, parte de um projeto de desmonte da estatal que prejudica os trabalhadores e todos os mineiros! Enquanto os diretores e conselheiros têm salários altíssimos e os acionistas recebem recordes em dividendos, os trabalhadores são deixados de lado”, denuncia o presidente do PT-MG, deputado Cristiano Silveira.

OCUPAÇÃO

Após negociação com a gerência da empresa, os militantes permaneceram na entrada da sede. Alguns dormiram lá na noite de segunda para terça-feira. A ocupação vai ter duas turmas. Uma durante o dia e outra noturna. Os manifestantes seguirão apoiando a greve com outras atividades.

O movimento é contra os ataques do governo Zema aos direitos dos trabalhadores e à política implantada na Cemig para antecipar a privatização da empresa. A estatal está sendo desmontada pelo governo para ser privatizada e é alvo de uma CPI na Assembleia Legislativa que aponta várias irregularidades cometidas pelos gestores indicados pelo governador, grande parte deles constituída de paulistas. Além disso, há os privilégios garantidos à alta cúpula, como uma remuneração milionária que engloba salários e rendimento variável e um contrato para fornecimento de refeições para os diretores no valor de R$ 1,2 milhão ao ano. Pelos cálculos do Sindieletro, a refeição diária para cada diretor que usa o restaurante ‘vip’ da Sede da Cemig custa R$ 350,00.

CPI DA CEMIG

Além disso, o movimento é de apoio incondicionalmente a CPI e pelo afastamento do presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, até que sejam concluídas as apurações. Os eletricitários também estão em campanha salarial para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho e a gestão da empresa, indicada por Zema, não negociou a pauta dos trabalhadores. A contraproposta que apresentou retira direitos da categoria.

(Rafael Minoro, com informações do Sindieletro-MG e Brasil de Fato)