A luta por direitos não se esgota, é contínua e permanente

Em artigo sobre o dia 8 de março, deputada Leninha fala sobre as lutas que as mulheres enfrentam no país e suas conquistas recentes.
2023-03-09 11:01:16
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*Por Leninha

Há quem não abra mão das flores, presentes e dos títulos: guerreira, batalhadora, dedicada, delicada e tantos outros, por ocasião do dia 8 de Março – Dia Internacional da Mulher. Eu, mulher negra, periférica, sujeito político, militante, defensora dos direitos humanos, da vida, da dignidade humana não abro mão de direitos. Dia de luta, para quem é forjada nos movimentos sociais. Nenhum predicado me define, todas as lutas das mulheres são minhas também. Saúde, trabalho, moradia, equiparação salarial, espaços de poder e decisão e liberdade. Liberdade para ser. Ser mulher.

Neste 8 de Março eu rendo homenagens a todas as mulheres que abriram espaço para que eu estivesse aqui, neste lugar de fala que ocupo. Rendo homenagens a todas as mulheres que represento pela cor da pele, pelas condições socioeconômicas que aproximam as nossas trajetórias de vida e por aquelas que são invisibilizadas, silenciadas, negligenciadas.

É difícil ser mulher em tempos tão bárbaros. Dói na carne e ossos sobreviver cotidianamente. Cansa lutar por tudo, pelo básico, pelo óbvio. Cansa o cuidar que é extenuante, nem sempre reconhecido, valorizado.

Por falar em cuidar, em todos os tempos verbais exige de nós, mulheres, uma entrega absoluta, contínua e permanente e as que romperam essa estrutura são chamadas de tristes, loucas ou más. Como diz a canção: um nome, um homem, uma casa, nada nos define. Nós somos o nosso próprio lar. Somos bússola. Somos seta, futuro e permanência. Pelas Marias, Rosas, Angélicas, Raimundas, Franciscas, pelas pretas e periféricas eu estou aqui, por elas cheguei até aqui. Por elas sigo e trabalho.

Por elas celebro, com luta, mais um 8 de Março. Colhendo vitórias como a assinatura do Decreto de Regulamentação da Lei da Dignidade Menstrual, de minha autoria. Lei que tem a missão de combater a pobreza promovendo saúde, dignidade e conforto para as mulheres e pessoas que menstruam.  Lei aprovada pela Assembleia, em agosto de 2021 e, só hoje, regulamentada e em condições de ser implementada. Soubemos esperar. Valeu a pena!

Mulheres: somos todas divinas, maravilhosas, imperfeitas, loucas e santas na medida do que a vida nos apresenta. Corremos juntas, com lobos, dos lobos, de medo e por pressa!

*Leninha Souza é deputada estadual, vice-presidente da Assembleia de Minas Gerais e vice-presidente estadual do PT/MG

Este é um artigo de opinião. O posicionamento do autor não representa necessariamente as ideias do PT-MG