A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou o reajuste salarial de quase 300% para o governador Romeu Zema. O texto foi votado nessa terça-feira (04/04/2023) em primeiro turno.
Todos os deputados e as deputadas do PT votaram contra a aprovação do Projeto de Lei 415/23. Porém, Zema conseguiu maioria dos votos com os parlamentares da base governista. A proposta ainda será votada em segundo turno.
Com a aprovação, a remuneração do chefe do Executivo estadual chegará a R$ 41,8 mil até fevereiro de 2025. Zema terá o segundo maior salário entre os governadores, atrás apenas de Sergipe (R$ 46,3 mil em 2025).
Para o presidente do PT-MG, deputado estadual Cristiano Silveira, a aprovação do projeto é vergonhosa. Segundo ele, o governador não tem feito o básico no estado, como cuidar das estradas, por exemplo.
Primeiro escalão
O texto aprovado na ALMG também reajusta os vencimentos do primeiro escalão do governo. Até 2025, os secretários de Estado receberão R$34,7 mil. Os sub-secretários terão salário de R$ 31,2 mil e o vice-governador de R$ 37,6 mil.
Indignação
O líder do Bloco Democracia e Luta, deputado Ulysses Gomes, lamentou a aprovação do projeto.
Zema conseguiu o queria: aumento de salário de quase 300% para ele, vice-governador, secretários. Votamos contra, mas não teve jeito… pic.twitter.com/0nzVm6mkqq
— Ulysses Gomes (@depulyssesgomes) April 4, 2023
A deputada Beatriz Cerqueira destacou que várias categorias estão com salários congelados há anos. E que, por isso, a justificativa do governo para aprovação do projeto é incoerente.
O deputado Luizinho questionou se algum trabalhador teve um reajuste tão alto quanto o de Zema.
Para o deputado Dr. Jean Freire, o aumento proposto para o governador não condiz com a ideia de estado mínimo, pregada pelo partido Novo.
O deputado Leleco Pimentel também considera absurdo o aumento de salário proposta para Zema.
Quem também questionou o reajuste foi a deputada Macaé. Para ela, é inaceitável que o Estado não pague o piso da Educação enquanto reajusta o salário do governador.
Outro que considerou vergonhosa a aprovação o projeto é o deputado Marquinho Lemos.
Jetons
Único ponto positivo no projeto foi a limitação de membros do primeiro escalão em conselhos de empresas estatais. Isso impacta diretamente no valor das gratificações (jetons) que recebem por participar dos conselhos.
Pela proposta, eles só poderão integrar um conselho, como o da Copasa, Cemig ou Codemig. Na lei atual não há limitação, o que permite a participação em vários conselhos e o recebimento de diversas gratificações.