*Por Leonardo Tomaz
Semana passada, no dia 13 de maio de 2024, data que marca a Abolição da Escravidão no Brasil, me filiei ao Partido dos Trabalhadores. Tomei essa decisão por achar no PT um novo caminho. Um novo caminho para que o Brasil seja, enfim, soberano, desenvolvido e justo. Um novo caminho para lutar para que esse povo não seja mais escravo de ninguém.
Existe hoje na sociedade brasileira uma visão tóxica de mundo que prega que o Estado é a causa do subdesenvolvimento e que a política é um mal em si. Após anos de estudos, vivência e observação, de teoria e prática, de Direito, política, economia e sociedade, tenho a convicção que essa visão não poderia estar mais errada. Digo mais: ela acaba favorecendo os maiores beneficiários dos males do país.
Se não me conformo diante de um cenário de um Estado que ainda não entrega o que promete em sua Constituição, também não acredito que a solução passe pelo próprio desmanche do ideal de um estado de bem-estar social. Não é apenas ideal, desejável, mas também possível e justo apostar em um futuro em que os serviços públicos brasileiros estejam à altura do que precisa e merece o nosso povo.
Para tal, é fundamental uma coordenação sistemática entre o Estado, a academia e o mercado visando objetivos de desenvolvimento a serem decididos politicamente. O Brasil não pode mais ser apenas um exportador de matéria-prima bruta, isso apenas perpetua sua posição dependente. É fundamental o investimento público na ciência e inovação tecnológica.
A reindustrialização será essencial, levando em conta a necessidade e a oportunidade que está na transição para uma economia sustentável. Na base, o empreendedorismo deve ser promovido, não como forma de precarizar o trabalho, como hoje, mas como meio de garantir igualdade de oportunidades, mobilidade social e inclusão popular pela via do processo produtivo, que deve aproveitar da criatividade e vivacidade presente em nosso povo.
No mundo, o Estado deve, com uma política externa ativa e altiva, continuar trabalhando por um sistema internacional multipolar através dos BRICS+, para que o Sul Global, a maioria do mundo, se articule pela liberação de todos nós. A globalização deve ser pautada, assim, pelo objetivo de fazer o Brasil se colocar em posição favorável na divisão internacional do trabalho.
Esse desafio passa também pelo enfrentamento de problemas novos. A crise climática já começa a dar seus primeiros sinais de que vai ser necessário repensar e reinventar o sistema produtivo, o Estado, as cidades e todo o modo de vida que desequilibrou o planeta.
As redes sociais, com seus algoritmos, viraram o mundo do avesso, desafiando a própria noção de uma sociedade pautada na verdade, a ser descoberta cientificamente. Na política, a extrema-direita vem buscando a “liberdade” de desmatar, poluir, ofender, mentir e explorar sem qualquer tipo de freio ou controle. Também, vivemos em um cenário em que muitos usam a palavra de Deus como mercadoria para enriquecer. Precisamos reafirmar que isso não presta.
Nos últimos anos, terríveis, nosso país apostou em soluções vindas da toga, da farda, da bolsa e dos estrangeiros. O fracasso é visível. Chega a vez de apostar de novo naquele que sempre que tem oportunidade, faz por merecer. É hora de seguir o melhor caminho, fazer brilhar as estrelas de milhões e milhões, de fazer brilhar a estrela dos trabalhadores do Brasil!
*Leonardo Tomaz é estudante de Direito da UFMG e Diretor de Relações Públicas do Centro Acadêmico Afonso Pena.
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Este é um artigo de opinião. O posicionamento do autor não representa necessariamente as ideias do PT-MG.